“I have gathered a posy of other men’s flowers, and nothing but the thread that binds them is my own.”
– Michel de Montaigne

Collage, for me, is a channel of negotiation in the modern world - a tool for intuitive discovery that acknowledges the global nature of information, harnessing an analogue approach through the physicality of cutting and tearing.  The work in Sublime explores the relationship we as humans have with our surroundings and our perception toward forces of nature, exposing the fragility of the human condition.

A transformation of value and ownership occurs through appropriation of material associated with low culture: magazines, billboards and found objects culled from the local urban environment.  Advertising becomes allegory, the throwaway becomes elevated and the presupposed intentions behind the printed media can be challenged. 

The largest and most prominent work The Garden (a manifold of micro-creative acts) is overtly based upon the central panel The Garden of Earthly Delights, by Hieronymus Bosch (c. 1450). The work was created intuitively, making direct reference to the original painting in composition and form, whilst drawing playfully upon Bosch's' surreal humour. At first glance the world is a playground. The players are engrossed in themselves and the immediate abundance of pleasure surrounding them. On closer inspection, one finds peculiarities, that make reference to contemporary issues.  The use of magazine media breaks down the barrier between viewer and work of art, pushing itself into the complex universe of the everyday. Any strong moralistic standpoint, as with Bosch’s original, is ambiguous and outside of our immediate grasp.

In times of culture shift, political confusion and ecological turmoil, the work in this exhibition operates on a level of cathartic release - an attempt to synthesize the paradoxical emotions that arise from constant exposure to news of catastrophe. In this instance, the notion of the Sublime is to function as a reference towards a point of awareness, a space of humility where the ordinary fabric of existence is torn apart, and the dialectic between exhilaration and uncertainty is revealed. Continually shifting in scale and perspective, magazine spines become tiny islands, and circular cut-outs of magazine holiday destinations present us with a tunnel-like field of vision, interrupting the viewer's sense of spatial coherence. 
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With an awareness of the fragility of the media, the intention of this exhibition is to remind us of the heavy weight of desire. What remains is a contemporary explosion of a fragmented reality; one that perpetually drives us forward only to return to the ever present moralistic dilemmas that have shaped us before.

Nina Fraser (2019) 

Exhibition: MUTE Gallery (2019) Lisbon, Portugal

PT

Sublime

“I have gathered a posy of other men’s flowers, and nothing but the thread that binds them is my own.”
– Michel de Montaigne

Para mim colagem é uma estratégia de negociação no mundo moderno - uma ferramenta para uma descoberta intuitiva que não só tem em consideração a natureza global da informação, usando uma abordagem analógica através da fisicalidade de cortar e de rasgar. As obras que compõem Sublime exploram a relação que nós enquanto seres humanos temos com o que está à nossa volta e a nossa percepção das forças da natureza, expondo a fragilidade da condição humana.

A transformação do valor e da propriedade ocorre através da apropriação de material associado com baixa cultura: revistas, cartazes publicitários e objectos recolhidos do contexto urbano local. Publicidade passa a alegoria, o desprezado é elevado e as supostas intensões por trás do material impresso são questionadas.   

O trabalho mais proeminente e de maiores dimensões, The Garden (a manifold of micro-creative acts), é assumidamente baseado no painel central do Jardim das Delícias de Hieronymus Bosch (c. 1450). O trabalho foi criado intuitivamente fazendo referência directa do quadro original tanto a nível de forma como de composição enquanto brinca com o humor surreal de Bosch. À primeira vista o mundo é um campo de jogos. Os jogadores estão focados em si mesmos e na abundância de prazer que os envolve. Numa análise mais detalhada, encontramos peculiaridades que fazem referência a várias preocupações contemporâneas. A utilização da revista enquanto media quebra a barreira entre o observador e a obra de arte, transportando-se assim para o universo complexo do quotidiano. Qualquer ponto de vista moralista, como no Bosch original, é ambíguo e fora do nosso alcance imediato.

Em tempos de mudanças culturais, confusão política e perturbação ecológica o trabalho nesta exposição funciona como libertação catártica - uma tentativa de síntese das emoções paradoxais que surgem da exposição constante a notícias de catastróficas. Neste contexto, a noção de Sublime é uma referência que nos aponta um momento de consciencialização, um espaço de humildade onde a malha da existência comum é rasgada e a dialéctica entre euforia e incerteza é revelada. Jogando com diferentes percepções de escala e perspectiva, as lombadas das revistas podem ser vistas como pequenas ilhas, recortes circulares de revistas de viagem  sugerem-nos uma espécie de visão de túnel que perturba a coerência do sentido espacial do observador. 

Com consciência da fragilidade dos media, a intenção desta exposição é relembrar-nos do tremendo peso do desejo. O que resta é a explosão contemporânea de uma realidade fragmentada que continuamente nos faz avançar para no final nos fazer regressar aos dilemas morais sempre presentes que nos moldaram anteriormente.

 Nina Fraser (2019)

​​Exposição: Galeria MUTE (2019) Lisboa, Portugal

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